Com a colonização europeia da África, grandes potências da época estendiam os seus domínios a novas terras e, Portugal teve o privilégio de ser uma dessas potências, conquistando um domínio e influencias nas suas colónias africanas. Mesmo com a onda de independências que ocorreram pela África no século XX, o Portugal conseguiu de alguma maneira influenciar as suas antigas colónias, cenário este que nos últimos anos vem mudando, a favor do Brasil que vem ganhando influência em África como descreverei neste artigo.
INVESTIMENTOS
Pôs independência das nações lusófonas Africanas, Portugal seguiu influenciando com políticas diplomáticas, implantando em todas suas antigas colónias embaixadas e representações consulares. Isto permitiu a facilitação de créditos e estabelecimento de negócios ate no sector privado, se implantado várias empresas portuguesas no solo africano. Mas nas últimas décadas, esta influência portuguesa tem vindo a cair e curiosamente sendo substituída pela brasileira, estes são os factos:
Consegue-se encontrar embaixadas do Brasil em todos os países de ligua portuguesa e as empresas brasileiras vêm ganhando força nesses países. A Odebrecht já se consolidou como a maior construtora estrangeira em solo Angolano e curiosamente esta empresa construiu o Aeroporto internacional de Nacala (em Moçambique) e por anos a Vale operou e explorou as Minas de carvão de Muatize em Tete num negócio multimilionário que movimenta ate hoje a economia moçambicana.
Num Raio-X amplo podemos ainda ver muitas empresas brasileiras investindo em países da África como O INSTITUTO MIX DE PROFISSÕES, uma das maiores redes de ensino profissionalizante do Brasil, agora a operar em solo angolano, a CAMARGO CORRÊA envolvida em grandes projectos moçambicanos, entre outras empresas.
ENTRETENIMENTO
Posso afirmar sem medo de errar que a maior parte da África lusófona vê o Brasil como a sua Hollywood, quando o assunto é entretenimento a influência do Brasil é evidente ao ponto de se perceber certos padrões do quotidiano brasileiro nas comunidades de Moçambique por exemplo. Em conversa com pessoas mais velhas quando o assunto é música internacional muitos vão lhe sugerir um Roberto Carlos, Leonardo ou ate mesmo Zeze de Camargo e Luciano e, os mais novos, conhecem quase toda música popular brasileira da actualidade.
Muitos cresceram assistindo programas de entretenimento brasileiro, apresentadores como Rodrigo Faro, Luciano Hucky e ate mesmo o João Kleber fazem enorme sucesso por aqui e, ainda muitas telenovelas brasileiras tiveram a missão de apresentar o Brasil aos africanos como muitos pensam que é o Brasil actualmente. Mesmo quando o assunto é o consumo de entretenimento estrangeiro (não produzido em Português), a maioria dos moçambicanos e angolanos por exemplo opta por assistir filmes e series dubladas no Brasil.
Agora com a popularização da internet, o consumo de média brasileira cresceu de forma exponencial, quando precisamos dum tutorial, dica de qualquer assunto, fofoca ou assistir um bom Podcast em Português, recorremos a canais brasileiros do YouTube. Não é a toa que grandes YouTubers de Moçambique e Angola como o Baptista Miranda, Juma Ibraimo, Marcelino Francisco e Aurélio do Rosário têm públicos maioritariamente brasileiros.
EDUCAÇÃO/FORMAÇÃO ACADÉMICA
Varias normas e modelos de formação académica usadas nos países colonizados pelo Portugal em África, inspiram-se no ensino português é evidente, mas, com a popularização da internet isto tem mudado aos poucos. Nos anos passados, para se ter boas obras literárias, o estudante em Moçambique tinha que recorrer a obras feitas ou traduzidas em Portugal, e editoras como a PPorto Editora eram muito famosas por aqui.
Nos dias de hoje é possível encontrar alguém que tenha feito uma formação superior em uma universidade Moçambicana, com maioritariamente obras literárias Brasileiras todas compradas ou acessadas de forma gratuita pela internet.
A influência de Portugal em África está longe de terminar, mas é inegável que esta a perder expressão para o Brasil. Alguns africanos vêm o Portugal como o colono que pilhou recursos dos africanos e escravizou o seu povo, visão esta que não têm do Brasil.
