Líderes africanos considerados ditadores mas que o povo os ama
Quando se fala em líderes africanos, polêmicas e contestações não faltam, muito por conta de vários escândalos e acusações de corrupção, concentração de poder e até implantação de políticas totalitaristas nos países em que dirigem. Mas no seio dessas histórias surgem figuras icônicas que até comandam os destinos da nação com braço de ferro, que por rigidez da sua governação fazem com que nações e instituições não alinhadas ao seu regime os considerem ditadores.
Mesmo com esses títulos que nenhum governante quer ter, existem àqueles que o povo os ama muito pelas reformas que beneficiam a sua nação. Por isso aqui estão 3 nomes Líderes africanos considerados ditadores mas que o povo os vê com heróis.
SAMORA MACHEL
Em 1975 quando aconteceu a descolonização e independência de Moçambique, Samora Machel, uma figura carismática tornou-se então o primeiro presidente moçambicano. As políticas implantadas estiveram de acordo com um projeto de construção nacional que buscava difundir um “Homem Novo” no país, que, para além da diversidade étnica, desvinculava-se de todo o passado tradicional e colonial em favor de valores modernos e socialistas. Com a inclinação as políticas do bloco comunista, surge esta ligação com políticas ditatoriais como se verificou em vários países do bloco.
Mas tirando polêmicas, a figura do Marechal Samora Moisés Machel é amada e aclamada pelos mais velhos que viveram a época e também pelos mais jovens que cresceram ouvido as suas histórias e é comum em jovem partilharem os seu icônicos discursos em vários fóruns que eles participam.
No poder depois da independência nacional, Samora anunciou a nacionalização da saúde, da educação e da justiça; passado um ano, a nacionalização das casas de rendimento, criando a APIE (Administração do Parque Imobiliário do Estado), que alugava as casas com rendas de acordo com o rendimento do agregado familiar. Lançou grandes programas de socialização do campo, com o apoio dos países socialistas, envolvendo-se pessoalmente numa campanha de colheita do arroz. Conseguiu ainda o apoio popular, principalmente dos jovens, para operações de grande vulto, tais como o recenseamento da população, em 1980, e a troca da moeda colonial pela nova moeda, “o metical”, no mesmo ano. Outras políticas populares foram as «ofensivas» a favor do aumento da produtividade e contra a corrupção, geralmente anunciadas em grandes comícios, para os quais a população era massivamente convocada.
Na frente externa, Samora sempre seguiu uma política de angariar amizades e apoio para Moçambique, não só entre os «amigos» tradicionais, os países do «bloco soviético» e os países vizinhos unidos numa frente de integração regional, a SADCC (que é a precursora da SADC), mas até entre os seus «inimigos», sendo inclusivamente recebido (embora com frieza) por Ronald Reagan e tendo assinado um acordo de boa-vizinhança com Pieter Botha, presidente da África do Sul nos últimos anos do apartheid (o Acordo de Nkomati).
Samora Machel veio a falecer em 19 de Outubro de 1986, quando se encontrava de regresso de uma reunião internacional em Lusaka, o Tupolev Tu-134 cedido pela União Soviética em que seguia, junto com muitos dos seus colaboradores, se despenhou em Mbuzini, nos montes Libombos (território sul-africano, perto da fronteira com Moçambique).
PAUL KAGAME
Paul Kagame é Presidente do Ruanda há 22 anos e poderá permanecer no poder por muito mais tempo, por causa das reformas políticas feitas por ele a pós a tomada do poder em 2000. Kagame é considerado um ditator por estas emendas constitucionais e, porque várias organizações de defesa dos direitos humanos também fazem muitas acusações como quando uma delas disse: “Desde que Paul Kagame chegou ao poder, instalou um regime de terror: quem duvida da leitura oficial é perseguido”, a Human Rights Watch (HRW), apresenta uma longa lista de assassinatos, casos de pessoas desaparecidas e prisões por motivos políticos.
Acusações e alegações a parte, o desenvolvimento económico do Ruanda desde o trauma do genocídio com 800.000 mortos é considerado uma história de sucesso – e está ligado a Paul Kagame. Muitos ruandeses elogiam o Presidente pelo progresso que trouxe ao país nos seus 22 anos de mandato. Quem visitar o Ruanda, mais cedo ou mais tarde ouvirá o termo “ditador benevolente”, classificando Kagame como um homem que busca objetivos arrojados para o desenvolvimento do país, mas que, ao mesmo tempo, não permite opiniões diferentes das dele.
Não é por acaso que o primeiro smartphone “fabricado em África” vem do Ruanda: o Mara Phone é fabricado num “cluster” industrial nos arredores de Kigali, a poucos passos de um escritório de representação da Volkswagen. A multinacional alemã é um dos muitos investidores no pequeno país da África Oriental com cerca de 12 milhões de habitantes, montando no Ruanda carros para o mercado africano.
De facto, Kagame é conhecido além das fronteiras do pequeno Ruanda pela suas políticas rigorosas e eficazes. Nos países ocidentais, está associado principalmente a três projetos políticos: igualdade das mulheres, promoção de novas tecnologias e medidas de proteção ambiental. A sua política económica também é elogiada no Ocidente: no relatório “Doing Business” de 2019 do Banco Mundial, que qualifica a abertura económica de 190 países do mundo, o Ruanda ficou em 29º lugar, sendo o segundo melhor país africano depois das Maurícias.
MUAMMAR GADDAFII
Vulgarmente conhecido como Coronel Gaddafi, também foi revolucionário líbio, político e teórico político. Governou a Líbia como Presidente Revolucionário da República Árabe Líbia de 1969 a 1977 e depois como “Líder Fraternal” da Grande Jamahiriya Árabe Popular Socialista da Líbia de 1977 a 2011. Inicialmente estava ideologicamente empenhado no nacionalismo árabe e no socialismo árabe, mas mais tarde governou conforme a sua própria Terceira Teoria Internacional.
Segundo os críticos, Gaddafi mantinha poder absoluto e autoritário na Líbia. Críticas foram duramente reprimidas e a mídia, durante seu governo, era rigorosamente controlada pelo Estado.
Por outro lado, foi condecorado com vários prémios e elogiado pela sua postura anti-imperialista, apoio à unidade árabe e depois africana, bem como por melhorias significativas que o seu governo trouxe à qualidade de vida do povo líbio. Nacionalizou a indústria petrolífera e utilizou as crescentes receitas estatais para reforçar os militares, financiar revolucionários estrangeiros, bem como implementar programas sociais com ênfase na construção de casas, cuidados de saúde e projetos educacionais. Durante seu governo, a Líbia avançou nesses setores sociais por causa do lucro do petróleo. O analfabetismo foi praticamente erradicado e a falta de moradia também. No início seu governo, também tentou eliminar o tribalismo existente na sociedade líbia, principalmente quando ele tinha uma alta popularidade.
principais erros do século dos Estados Unidos e a NATO foi de ter invadido a Líbia e ajudado a depor o Coronel GADDAFII.
Na minha opinião pessoal, nenhuma ditadura é benéfica para povo algum, mas e inegável que em certos períodos da história africana esses tais Estados totalitaristas experimentarem estabilidade ou crescimento econômico muito por conta da visão dos seus lides. Em certos caso são depostos pela intervenção do ocidente que nalgumas vezes não conhece as reais necessidades daquele povo, causando assim mais sofrimento até guerras infinitas as vezes só pra se beneficiar dos seus recursos.