Quando pensam em internacionalizar seus negócios, seja via investimentos ou comércio exterior, os líderes das empresas brasileiras costumam priorizar o Mercosul. Mas quando acrescentamos os portugueses na equação estes mercados expandem-se para os Estados Unidos, a China e a União Europeia, isto não quer dizer que os países africanos não tenham empresas Brasileiras ou portuguesas, mas ainda são em menor numero. Com isso, estão perdendo uma ótima oportunidade de acessar um dos mercados mais promissores das próximas décadas.
Abaixo enumeramos três razões que as empresas sediadas no Brasil ou Portugal deveriam levar em conta na decisão de fazer negócios na África.
UMA DAS REGIÕES DE MAIOR CRESCIMENTO ECONÔMICO Na década passada, a economia dos países da África Subsaariana cresceu a uma taxa média anual de 4,1% – acima da média global, 3,7%. Em 2020, por conta da crise provocada pela Covid-19, o Produto Interno Bruto da região apresentou queda de -1,9%. Mesmo nesse cenário, alguns países tiveram crescimento, como é o caso da Etiópia, do Quênia, Gana e do Malawi.
No ano de 2021, o crescimento foi notavel. O Fundo Monetário Internacional relatou crescimento do PIB de 3,4%. lembren-se que foi abaixo das projeções feitas pelo Standard Bank para alguns países no mesmo perido:
UM MERCADO CONSUMIDOR DE US$ 3,2 TRILHÕES A África está em meio a um boom de urbanização. Até 2050, estima-se que os países africanos abrigarão pouco menos de um quarto da população urbana global. E 11 países terão taxas de urbanização acima de 80%, e outros 20, entre 60% e 80%.
O processo de migração do campo para a cidade, somado ao desenvolvimento econômico, está criando uma classe média afluente e, com ela, um valioso mercado consumidor. Segundo o Banco Mundial, em 2030, a África terá uma classe média com poder de consumo anual de US$ 3,2 trilhões – uma alta de 60% desde 2020.
O AGRONEGÓCIO PUJANTE Como falamos anteriormente, até 2050, a população da África poderá dobrar e chegar a 2,5 bilhões de habitantes. Alimentar essa população será o desafio dos governos nas próximas décadas. Para isso, diversos países têm programas para incentivar o agronegócio. Para o Brasil e portugal, isso significa oportunidades, principalmente se vermos o tamanho do Portugal notamos uma area muito menor para a pratica da agricultura pela dimensão da nação.
Por outro lado, as empresas brasileiras do setor têm enormes vantagens comparativamente as portuguesas nas técnicas de agricultura tropical. Esse conhecimento pode ser aplicado em diversas regiões da África, que têm solo e clima parecido com o Cerrado brasileiro.
Quando se pensa na expansão da fronteira agrícola, é inevitável pensar na África. Estimativas mostram que 65% da terra agricultável disponível do mundo está na África. Também há abundância de água e mão de obra. O Banco de Desenvolvimento da África estima que o agronegócio deverá atingir um faturamento de US$ 1 trilhão em 2030.
Estes são alguns dos factores de muitos que se podem terem em conta para se investir em África, mas essas oportunidades de negócios não se aplicam somente a empresas e cidadãos do Brasil ou Portugal, mas a qualquer um de qualquer nação que pretende se posicionar a frente no continente africano, incluindo os próprios Africanos.