Em 1830, a França iniciou a ocupação da Argélia, marcando o começo de um vasto império colonial que se expandiu significativamente após a Conferência de Berlim em 1885. Este evento permitiu à França consolidar seu domínio sobre grandes partes da África Ocidental e Central. Após a Segunda Guerra Mundial, com a fragilização das potências europeias, emergiu um movimento nacionalista africano, culminando na independência de muitos países na década de 1960. No entanto, mesmo após a independência, a influência francesa na África continua robusta, caracterizando um persistente neocolonialismo. por isso neste artigo verá como a França ainda coloniza a África.
Nathalie Yamb, líder do Partido da Liberdade e Democracia do Costa do Marfim, afirma que “60 anos depois, os países francófonos de África ainda não têm verdadeira independência e liberdade da França”. A educação é um exemplo claro disso, porque conteúdos dos livros escolares são frequentemente controlados pela França. Além disso, Paris manteve um sistema político que favorece regimes presidenciais fortes, facilitando a manipulação através de líderes locais.
Presença e Intervenções Militares
A presença militar francesa na África é profunda e constante. Desde o golpe de 1964 no Gabão até as intervenções mais recentes contra grupos terroristas no Mali, a França tem desempenhado um papel ativo em quase todos os conflitos armados e golpes de Estado na região. Programas de formação militar para oficiais africanos em academias francesas perpetuam a influência francesa. A operação Barkhane, lançada em 2020, exemplifica essa intervenção militar contínua, envolvendo milhares de soldados para manter a estabilidade em favor dos interesses franceses.
Escravidão Monetária e Exploração de Recursos
Controle Monetário
A introdução do franco CFA, ligado ao euro e controlado pela França, permite que Paris mantenha uma influência significativa sobre as economias de suas ex-colônias. Críticos argumentam que este sistema monetário impede o desenvolvimento econômico e a soberania dos países africanos. Mais de 50% das reservas financeiras desses países são mantidas em Paris mas, com restrições severas sobre o uso desses fundos.
Exploração de Recursos
A França assegura direitos preferenciais sobre recursos naturais estratégicos, como diamantes, minerais, urânio, gás e petróleo, através de acordos econômicos. Empresas francesas têm acesso privilegiado a contratos governamentais e dominam setores-chave como eletricidade, infraestrutura e comunicação. Por exemplo, no Níger, apenas 5% dos royalties da exploração de urânio são pagos ao país, destacando a disparidade econômica resultante do neocolonialismo.
Conclusão
A influência francesa na África Ocidental e Central permanece profundamente enraizada, apesar das tentativas de independência. No entanto, recentes golpes militares e manifestações populares mostram um crescente descontentamento com essa relação. A esperança é que, no futuro, os acordos comerciais entre as nações africanas e a França possam ser mais equitativos e benéficos para ambos os lados.
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