16 de Dezembro, 2024

influência russa na África: em tempos, a União Soviética teve uma grande influência em vários países africanos. No auge de sua potência, a URSS apoiou movimentos de independência contra as potências coloniais ocidentais, educando líderes e políticos africanos em instituições soviéticas. Um exemplo é João Lourenço, atual presidente de Angola, que estudou na Academia Político-Militar Lênin.

João Lourenço, presidente de Angola, formou-se na Academia Político-Militar Lênin.

O Passado Soviético na África

Após a independência, muitos países africanos como Moçambique, Guiné-Bissau, República Democrática do Congo, Egito, Somália, Uganda e Argélia receberam apoio militar e diplomático da URSS. Com a queda da União Soviética em 1991, a Rússia perdeu interesse na política externa de longo alcance. Contudo, esse interesse está sendo retomado, com a África ocupando um lugar importante na geopolítica russa.

Mapa mostrando os países africanos que receberam apoio da União Soviética durante a Guerra Fria.

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A Nova Estratégia Russa

Perdão das Dívidas e Diplomacia

A retomada da influência russa na África começou com o perdão de dívidas da era soviética. Em 2018, antes de uma viagem do ministro Serguei Lavrov ao continente, a chancelaria russa destacou que, ao contrário das antigas potências mundiais, a Rússia não participou dos crimes da escravidão e colonialismo. A Rússia organizou duas cúpulas com países africanos, a primeira em 2019 e a segunda em 2023.

O Kremlin, símbolo do poder russo, desempenha um papel central na estratégia diplomática de Moscou para a África.

Setores Estratégicos

Na cúpula de 2019, a Rússia mostrou interesse em apoiar países céticos em relação ao Ocidente, visando recuperar seu status de superpotência. Três setores estratégicos destacam-se nessa nova fase: indústria militar, energia e minérios.

Segunda Cúpula Rússia-África

A segunda Cúpula e Fórum Econômico Rússia-África, realizada em São Petersburgo, prometeu o envio de grãos ao continente africano e a expansão da indústria russa na região. Este evento também destacou o discurso anti-ocidental de líderes como o Capitão Ibrahimi Traore, do Burkina Faso, que chegou ao poder por meio de um golpe de estado.

Líderes africanos e russos reunidos na cúpula Rússia-África de 2023.

Ocidente vs. Rússia na África

Desde o golpe de estado no Níger, a presença das cores da bandeira russa nas ruas demonstra uma mudança na preferência por aliados internacionais. A junta militar que tomou o poder no Níger trava uma guerra de palavras com potências ocidentais, que lutam para manter sua influência na região.

Manifestantes nas ruas de Níger após o golpe de estado, exibindo bandeiras russas.

Grupo Wagner e Intervenção Militar

A presença de mercenários do Grupo Wagner em conflitos locais é crescente. O grupo é ativo em países como Mali, República Centro-Africana, Líbia, Chade e Sudão. Recentemente, os EUA acusaram o grupo de se beneficiar da instabilidade no Níger após o golpe militar.

O Papel dos BRICS

Na 15ª cúpula dos BRICS, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul convidaram seis novas nações para o bloco, incluindo Egito e Etiópia. A Rússia propôs levar energia nuclear a vários países africanos com baixos índices de eletricidade, usando empréstimos do banco dos BRICS.

Cimeira dos BRICS onde foram incluídos novos membros e o destaque vai para a adição de Egipto e Etiópia e nesse evento a Rússia apresentou sua proposta de levar energia nuclear para a África.

Conclusão

A retomada da influência russa na África faz parte de um complexo jogo geopolítico entre o Ocidente e a Rússia. Se essa influência resultar em benefícios concretos para a África, pode ser positiva para o continente. O que você acha dessa nova dinâmica? Deixe seu comentário e sugestões para novos conteúdos sobre a África. Fique atento para mais atualizações!

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